ERA OUTONO
Como as árvores no outono,
Onde suas folhas caem uma a uma,
Vejo-te agora derramando lágrimas, uma por vez,
Em sequência, e em estranha timidez.
Lágrimas há de surgirem quando o coração não mais aguenta,
E então pergunto-te qual a razão para elas virem à tona,
E vejo-te desalento, longe em pensamentos,
Sentindo apenas a leve brisa do vento.
Quando consegues prosseguir,
Dizes a mim que não há mais tempo a perder,
Não com ele, não com aquilo,
E naquele momento sigo outro caminho.
Sangue fervilhando e cabelos ao vento,
Tento desvencilhar-me dos últimos momentos,
Com pensamentos rápidos e confusos,
Na tentativa de partir para outro rumo.