Destino
Meu coração dói...
minha alma chora.
A carne se desfaz...
se derrete em lágrimas.
A escuridão invade...
não vejo uma saída.
O lamaçal me afunda...
estou ferida!
Se me arrasto...
me firo mais...
há espinhos por todo lado.
Me sinto num emaranhado...
perdi o fio da meada.
A corda se rompeu...
me sinto fraca.
Não há resgate aparente...
sequer alguém que sente.
Ninguém me vê..
me ignoram sem piedade...
a calamidade está diante de mim.
Se meneio a cabeça...
ela me pesa ainda mais...
se me esforço para avistar o alto...
ele desaparece no nevoeiro!
O sol trapaceiro...
não me aquece...
e a lua sempre me esquece.
Melhor me aquietar...
deixar de lutar...
não remexer a vida...
não buscar guarida...
e me entregar ao destino.
Ele feito menino...
me trará a inocência...
feito um ancião a paciência...
e feito a tenra criança...
me trará de novo a esperança!