desço

Desço, agora, ao mundo dos sonhos

e durmo no jardim de um pomo

as flores concretas

me querem asas e semente

desço por teus degraus

e me cobrem de beijos os pássaros da boca urdida

o poema no bico pendendo a fome no dente

desço ao teu rio de doce água

que reviravolta a correnteza aflorada

onde tua mão respira o poema

desço à acolhida do sopro candente e lento

desço secreta e decantada, à delicada cadência

de tua fronte e fonte de rito,

sagrada.

Interação com o texto DEGRAUS do Poeta HéliojSilva

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 03/08/2015
Reeditado em 03/08/2015
Código do texto: T5333154
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