Noite

No teu silêncio me ouço

Nas tuas sombras me ilumino

No teu olhar, meu calabouço

No teu pulsar me angustio

Tua voz me cala o soneto

Tua brisa expõe-me a ferida

Tua luz, abismo perfeito

Teu riso, escárnio da vida

Impossível de ti não ter

Do teu cálice não beber

Meu vício, dor, meu açoite

De mim tire o que preciso

Em tua loucura, meu siso

Meu dia és tu, bela noite.

* Margô Antunes

18/06/07

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* Margô Antunes é pseudônimo de Marcelo de Andrade