Silêncio

Presente na ausência do som e

na mudez da palavra,

quando gesto e olhar têm voz.

Há silêncio no choro, na alegria e

na pálpebra que oculta a íris.

É comovente e solitário

na memória do retrato antigo;

dolorido na espera da resposta e

indefinido no mundo do surdo.

No deserto sem ruído,

é expansão fértil no oásis.

Na curva do céu,

é o risco luminoso

da estrela cadente.

Está na dança dos átomos e

na fonte dos versos;

na lágrima escondida e nas

sementes;

nos deuses e nas sombras;

no reflexo do espelho e

nos amarelos de

Van Gogh;

no feto que cresce e

no repouso da Fênix

nos ciclos do tempo.

Solange Firmino
Enviado por Solange Firmino em 24/09/2005
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