Não nego

Não nego

Degolas o Sol com tacape

Antes que a Luz escape

Já que estás cego.

Não entendes nada de nada

Feito Luz apagada

Não nego.

Nem dó de ti tenho

Teia onde aranha se embrenha

À espera de inseto.

Apenas piedade mereces

Pietà! Ó Pai!

Peça perdão dos pecados

Quem sabe Ele socorra

Antes que morra

Os seus vendavais.

Faço uma Prece:

E outra, e outra, e outra,

Me esqueça

E fuja de mim...

Fecho à porta

Com tramela

Mas entras pela janela!

Do jardim.

Teu caminho não é reto

Por mais que penses que seja.

Quem nasceu pra ser folha

Pétala nunca será

Quem dera ser rosa

Se nem espinho és!

Não sou teu telhado

Muito menos espelho

Então não me veja.

Não flertas com a vida

Não vives a vida

Porque és despedida

Feito embarcações

Atracadas no cais...

No vai e vem das marés

Sem luares

E sem digitais...

Sal em vez de açúcar,

Poeira pousada na nuca

Do ar...

Machucando

O ombro do céu

Azul,

Do mar.

Sepulto as insatisfações

E as ingratidões...

Sem túmulo.

Crio asas

Nos versos

E voo...

Debruçado nas emoções

Navego no Universo

E trago estrelas

Imersas no olhar.

Tony Bahi@.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 24/08/2015
Reeditado em 27/08/2015
Código do texto: T5357249
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