Só mais uma noite...

Quando as amarras foram desfeitas e já não existem certezas,

já não sei se sua boca foi de outra boca,

se seu corpo esteve em outro corpo,

se sua alma se descobriu livre.

Será que o mel não se tronaria amargo,

trazendo doloridas lembranças

ou criando falsas esperanças?

Onde guardaríamos nossos sentimentos mais puros?

Com que máscaras esconderíamos nossos desejos mais secretos?

De onde brotaria as forças no momento do adeus,

depois de sonhos e perfeições artificiais?

Seria justo colocarmos nossas almas à mercê de nossas fraquezas?

Para quê derramar mais dor num vaso onde ainda não brotou alegria?

Realmente não sei se valeria a pena, porém, a porta ficará aberta.