Débeis horas

Negras nuvens em rituais são descritas

Nos embasamentos negros em fogaréus

Frigidas e sem luminescência as estrelas

Percorrem por trás das nevoas em empíricos

Evitam-me nas ruas e nas calçadas frias

Talvez por minha indumentária sem rigor

Torcidas, esfarrapadas, esburacadas, vazias!

Em lixeiras busco alimentos deteriorados

Meus olhos vazios deslumbram os monturos

Minhas unhas quebram-se revirando os lixos

Alimento-me nestes fedidos e imundos nichos

Buscando socorro neste imenso desnudo vazio.

Às vezes gostaria de não ser... E por ver!

No diário dos dias a construção do nada

Futilidades em caravanas acompanham

As inertes e as insensíveis débeis horas