Minha Mainha

Mãe minha mainha,

Como forte era as tuas decisões,

Teu olhar bravo e sincero,

Combatia todas as nossas trelas.

Lembro quantas vezes fiquei de castigo,

De joelhos no canto da parede,

Ali meditava minha tristeza,

Muitas vezes achava que não merecia.

Mas de joelhos algumas vezes chorava,

Outras até rezava para deus me proteger,

E que logo cumprisse meu tempo e castigo,

E que entendesse que não fui só eu.

A sala do castigo era a biblioteca,

Onde tu sentavas para ler,

Minhas pernas cansadas e dobradas,

Te olhava para ver se distraías.

E pensava em sentar a qualquer custo,

Mas não ousava desobedecer,

A deus tu levantavas e ia água beber,

Sentava meus joelhos que reclamavam.

De mão firme conduziu nossos caminhos,

Tua voz austera nos mostrou as decisões,

De te só amor trago comigo,

Nem dúvidas e medo de enfrentar a vida só.

Te agradeço minha mãe te agradeço,

Porque se não fosse o teu cabresto,

Não teria a cabeça que tenho,

Não seria a pessoa que sou.

Pobre daqueles sem mãe,

Que não tiveram com quem aprender,

Quanto amor e o que fez para me proteger,

Agora já bem velhinha.

A idade te faz uma criança brava,

Muitas vezes com medo de dormir sozinha,

Vou e passo a noite a te cobrir,

E te conto muitas histórias como acalanto.

Teresa Cristina Monteiro
Enviado por Teresa Cristina Monteiro em 30/08/2015
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