Sem teu abraço


Sem teu abraço
Sou como ave
Perdida no deserto
Que experimenta
O vazio do horizonte
E dia a dia vê a vida
Ir embora

Sem teu abraço
Sou como as noites
Desprovidas de estrelas
Sou o vazio das madrugadas
Solitárias
Onde a tristeza sem pedir
Fez a morada.

Sem teu abraço
Sou pobre barco
Desprezado no oceano
Onde a neblina da angústia
Sempre afasta
A esperança do nascer
De um novo dia

Sem teu abraço
Sou rio de pranto
Desencanto da esperança
Morte dos sonhos
Silenciar da primavera
Dias tristonhos
Desbotadas aquarelas.


Assim caminho
Juntando os cacos
Que sobraram de mim mesmo
Na solidão prossigo os dias
Sempre a esmo
Quem sabe um dia
Redescubro a alegria...


Ana Stoppa
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 01/09/2015
Reeditado em 18/09/2015
Código do texto: T5366376
Classificação de conteúdo: seguro
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