Rubra Rosa

Hoje a saudade acordou roçando minha pele

Despertando nostalgia no coração desamparado a tal voragem

Delicadamente, sutil como as primeiras brisas de outono

Soprando leve, espalhando pétalas secas, sem perfume

Derrubando as insustentáveis folhas, amareladas pelo tempo

Espalhando pelo chão, o espetáculo soturno da renovação

Meus lábios frios esboçam sorrisos taciturnos, desprovidos de magia

Meu olhar mudo caminha de encontro ao iminente e álgido inverno

Confessando-lhe segredos lancinantes que me acoitam o coração

Essa saudade-rubra-rosa adorna, realça o tom dourado em meu cabelo

Mas maculada as alvas mãos, com o róseo sangue dos espinhos.

(Edna Frigato)

Edna Frigato
Enviado por Edna Frigato em 13/09/2015
Código do texto: T5380698
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