Hora marcada
Na madrugada
Da minha morte
Com hora marcada:
Eis que se compõe
Ante meus olhos lúcidos,
O silêncio absurdo da noite.
Sempre fui lunática!
E essa prateada inteireza da Lua
Fala a minha alma poética
Sempre!
O silêncio
É a presença natural do espírito.
Eis que me arrepio só em pensar....
Que se sua beleza esplendorosa
Lá não estivesse
Em simbiose plena com meu instinto!
Jamais teria visto
Os olhos de meu filho!
A vida é essa composição
Cuja monstruosidade estética
Com seus cruéis contornos,
Lembram-me Shopenhauer:
A vida quer viver!
E.... Eis-me aqui!
Enquanto o coração queima
E a alma vai tecendo sua Paz!
Lúcia Soaresk