Confortável

Não finjo ser feliz,

Desconstruo sorrisos.

A figura que vejo é inacabada.

Sou a morte em vida,

Alma entristecida.

Estou ausente de mim,

Não quero me olhar.

Não tenho forças para fugir.

Sou escrava da minha inércia.

Minhas indignações gritam.

Sufoco meu tormento,

Banho-me em lamentos.

Meu lar é minha prisão,

Sinto-me confortável.

Condenei-me a não viver.

O eterno se diluiu,

A minha solidez era liquida.

Vi minha alma partindo.

Sorri para os meus temores,

Meus anseios se olharam.

Meus desejos se cruzaram.

Acomodei-me nessa inadequação.

Vivo de incertezas .

As recordaçõpes são minhas escoras,

Sou uma sombra na escuridão.

Não sei mais o que é sonhar,

Sigo indiferente.

Não tenho como justificar minhas derrotas.

Distanciei- me de meus objetivos,

Escondo-me de minhas desesperanças.

Lamento a minha inexistência,

Tudo o que fui se perdeu,

As minhas indagações silenciaram.

Minhas convicções inexistem,

Pedi licença para desistir.

Aqui termina a vida,

Sou alma que chora.

Canto o meu luto.

Sou apenas um ser no mundo,

Mulher que um dia amou.

Romanaromana
Enviado por Romanaromana em 24/06/2007
Reeditado em 22/12/2007
Código do texto: T538969
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