ALMA INSOLENTE
Quando as águas lavarem os teus olhos
quando o Sol purificar o teu olhar
quando o sal conservar a tua alma
quando o mel substituir o fel da tua língua,
Teus olhos terão o brilho do rubi
a pureza do coração dos anjos
pagarás com a própria vida o dom da vida
produzirás a doce harmonia ainda não revelada,
As virtudes são enlaçadas em linho branco
teu universo não poderá permanecer maculado
a justa redenção espera receber de ti um galardão
recíproca graça da natureza da tua existência,
Se um dia o Sol ferir o teu rosto, quebrantando-o
talvez o fogo tenha queimado o meu passado
se eu voltar, sentenciar-te-ei à culpa de não ter amado
o justo juiz tomará de volta para si: a tua luz, tua alma, o verbo.
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Pedro Matos