compadre

Compadre me doeu, é saudade.

Por ande anda, que não vem me visita?

Dobre a estrada, refaça seus caminhos.

Se achegue ao vinho, vamos prosear.

Mirando a frente, olhando ao longe.

Sonhamos mil horizontes, não posso negar.

Mas confesso, compadre amigo.

Que muito do sentido, deixei escapar.

Relembre compadre, olhe pra traz.

Assinta comigo, tudo é muito fugaz.

Ontem, tempos mornos e embotados.

Hoje esta saudade a nos amadrinhar.

Compadre se não lhe peço muito.

De tudo junto só quero contar

Com o ombro amigo, o conselho antigo,

Revivendo na prosa a mais linda rosa,

Sua afilhada, que partiu pra não voltar.

É triste eu sei compadre mas é o destino.

Uns nascem sogueiros, outros peregrinos.

Mal largam de ser piá, seguem teatinos.

Aos caseiros solitários... sonhos meninos.

Já não reclamo dos incautos vagabundos.

Persigo o rastro das muitas bravatas,

Aparadas no gargalo do casco escuro.

Que guarda, te juro, o infinito de um cuera.

Habitante da tapera, que apelidei de mundo.