Papel toalha
Já não lembro quantas cervejas
Que solicitei ao garçom
Tão pouco a mesa que estava
Roubando a cor do seu batom.
Parecia uma despedida
O que a gente estava vivendo
Entre beijos e bebidas
Dois amantes se conhecendo.
Você linda como uma modelo
Trocando carícias comigo
Quente tal qual um uísque sem gelo
Que não demonstrava perigo.
Pedi a música Mercedita
E a convidei para dançar
E você dizia frases malditas
Que me fazia embriagar.
Vendo aquele decote na roupa
Na verdade tudo perfeito
Iguais suas linhas da boca
Por quase que mostrava o peito.
Mas era fim de noite pra mim
Veja o que ela me fez
Por infelicidade ruim
Uma solidão e embriaguez.
Isso depois de várias cantadas
Ela veio a me confessar
Que era uma mulher casada
Por isso não podia me amar.
Logo me bateu o desespero
Levantei-me a cambalear
Em direção ao banheiro
E segurei-me pra não chorar.
Mas respirei e voltei a mesa
E para retalhar minha tristeza
Tomei um gole de cerveja
E comecei a fumar.
Sei que já era madrugada
O cinzeiro cheio de cinzas
Minha visão um pouco embaçada
Que seja a saudade bem vinda.
Deixaste uma folha de papel toalha
Nele uma frase essencial
Com letras tortas cheias de falha
Você foi muito especial.
Francisco assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com