Papel toalha

Já não lembro quantas cervejas

Que solicitei ao garçom

Tão pouco a mesa que estava

Roubando a cor do seu batom.

Parecia uma despedida

O que a gente estava vivendo

Entre beijos e bebidas

Dois amantes se conhecendo.

Você linda como uma modelo

Trocando carícias comigo

Quente tal qual um uísque sem gelo

Que não demonstrava perigo.

Pedi a música Mercedita

E a convidei para dançar

E você dizia frases malditas

Que me fazia embriagar.

Vendo aquele decote na roupa

Na verdade tudo perfeito

Iguais suas linhas da boca

Por quase que mostrava o peito.

Mas era fim de noite pra mim

Veja o que ela me fez

Por infelicidade ruim

Uma solidão e embriaguez.

Isso depois de várias cantadas

Ela veio a me confessar

Que era uma mulher casada

Por isso não podia me amar.

Logo me bateu o desespero

Levantei-me a cambalear

Em direção ao banheiro

E segurei-me pra não chorar.

Mas respirei e voltei a mesa

E para retalhar minha tristeza

Tomei um gole de cerveja

E comecei a fumar.

Sei que já era madrugada

O cinzeiro cheio de cinzas

Minha visão um pouco embaçada

Que seja a saudade bem vinda.

Deixaste uma folha de papel toalha

Nele uma frase essencial

Com letras tortas cheias de falha

Você foi muito especial.

Francisco assis silva é poeta e militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 30/10/2015
Código do texto: T5431914
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