Rua das Flores

Querido poeta dos Reis. Lá longe, onde o mar acaba,

Existe uma rua que vem do sertão, por onde as tropas,

Cansadas das subidas e descidas, adentravam ao povoado.

Uma rua cercada de flores, algumas corriqueiras, que crescem

Amontoadas às margens da estrada e enchem nossos olhos de cores.

Outras, de um branco angelical, perfumadas; um perfume inebriante

Que penetra em nossas entranhas, adocicando nossa alma.

Mas querido poeta, não vamos falar dessas flores, que belas e perfumadas,

Não podem ser comparadas aos encantos de outras tantas.

Vamos cantar nesses versos a coragem das madalenas e a graça das ondinas:

Discretas e observadoras. Flores guerreiras, madres eternas.

Exaltar a florescência das yolandas, e a perseverança das gildas:

Generosas e influentes. Flores equilibradas, companheiras imortais.

Mostrar a responsabilidade das olgas e a criatividade das cristinas:

Trabalhadoras sagradas. Flores ungidas, infinitamente perfeitas.

Louvar a vontade das sônias e o trabalho incansável das natalinas:

Reservadas e confiáveis. Flores persuasivas, perpétuas e dignas.

Ah! Amigo poeta. Não nos esqueçamos também o companheirismo das isauras,

A solidez das margaridas, a vontade das sandras e a disciplina das marthas.

Que entre tantas outras flores enobrecem a natureza desse nosso belo rincão.