Na real

Eu sou, a água do oceano, ora, poluta,

Que algum ganancioso, filho da outra,

Maculou em sua irresponsabilidade;

A lei que abona aos presos bandidos,

Enquanto trabalhadores esquecidos,

são punidos por inocente lealdade...

O mimo que o pérfido oferta à puta,

que quando pensa na esposa, reluta,

não faz o mesmo por falta de vontade;

sou a encomendada desculpa fajuta,

de outro que pelo câmbio de fruta,

troca pela mentira a dona verdade...

O eufemismo senil que tanto se escuta

para dourar a pílula de quem reluta,

e diz do ocaso da vida, a melhor idade;

o laranja podre do podrido esquema,

o que “acertou” sozinho na Mega Sena,

e não ganhou um centésimo da metade...

Sou, a cabeça que falta da lendária mula,

Digo a coerência dos discursos do Lula,

O patife que se presume uma majestade;

O zelo seletivo que somente mascara,

O lapso do que não tem vergonha na cara,

E brada por “justiça” nas praças da cidade...

Eu sou, o gado marcado que nunca pensa,

E acredita ser vencedor desde que vença,

Aquele que plantou as maiores minhocas;

A toupeira privada de visão mínima, crítica,

Que se apressa a fazer defesas na política,

Ser ter visto nadinha, por fora das tocas...

Eu sou, o melindre do culpado mui receoso,

Que disfarça de coragem seu viés, medroso,

E se defende mesmo quando não há ataque;

Eu sou, o lobo que fareja trocando as orelhas,

Dada a tentação de estar perto das ovelhas,

O que foi necessário pra aprender o sotaque...

Enfim, sou o alimento que se serve pros patos,

Digo, a versão conveniente em lugar dos fatos,

Usando o poderoso meio que bem, persuade;

Sou, propina paga na compra do navio sonda,

O chute potentíssimo que nocauteou à Ronda,

Prazer, me apresento; eu sou, a realidade...