madrugada
ao toque estéril
ouve-se a voz...
é tudo a iluminar o som
e em viril se metamorfosea
o toque.
escuta-se a voz...
o corpo deitado
o chão se perde
um riso desesperado ocupa o oco do tempo.
são as tuas palavras!
ah, doce ironia de quem dorme
às três e meia da madrugada!
onde um único estrigídeo havia restado
entre as capas da noite preta.
ah, doce mistério de ser um homem
às três e trinta e oito da madrugada
sentado sobre cama
com as mãos entre as pernas
sonhar acordado
com um retorno sagrado entre
braços
risos
comunhão
olhares
sem temores... todos...
todos regidos pela lembrança de madrugadas outras
quando do próprio existir desconhecido e misterioso,
entre línguas e salivas alucinadas...
fez-se o pacto.