madrugada

ao toque estéril

ouve-se a voz...

é tudo a iluminar o som

e em viril se metamorfosea

o toque.

escuta-se a voz...

o corpo deitado

o chão se perde

um riso desesperado ocupa o oco do tempo.

são as tuas palavras!

ah, doce ironia de quem dorme

às três e meia da madrugada!

onde um único estrigídeo havia restado

entre as capas da noite preta.

ah, doce mistério de ser um homem

às três e trinta e oito da madrugada

sentado sobre cama

com as mãos entre as pernas

sonhar acordado

com um retorno sagrado entre

braços

risos

comunhão

olhares

sem temores... todos...

todos regidos pela lembrança de madrugadas outras

quando do próprio existir desconhecido e misterioso,

entre línguas e salivas alucinadas...

fez-se o pacto.

Marco Carneiro
Enviado por Marco Carneiro em 30/06/2007
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