II
Oceânicos, que peso encorcurda nossas almas?
Não estamos como sombra do primeiro homem que nos habitou?
Ah, a chaga nos consome. Provamos de uma fome que não nos havia.
Mordemos a fruta e o caroço ficou entalado em nossas gargantas, respirar tornou-se um fardo. Demo-nos asas e fomos ao encontro de um firmamento que não nos saciaria - eis a maior das abstrações.
Nossos corpos eram um espírito livre que se deliciava pelos jardins.
Quebramos a nossa casa e vivemos da busca de reconstruí-la.
Não temos mais a ideia de lar.
Cambaleamos em reflexos, tropeçamos em nossos espectros.
 
Permanecemos no cais, o sono se estende e nos conduz a um estado de letargia.
Naveguemos!
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 10/12/2015
Reeditado em 10/12/2015
Código do texto: T5476191
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