DE ONDE VÊM AS PALAVRAS

Não sei dizer de onde vêm as palavras
Do Latim, do Grego, das línguas primeiras
Do céu, do ar, das cavernas
Das vagas lembranças de uns dias bons
Do pai dos pais, construídas com o tempo.

As palavras traduzem sinais, gestos e sensações
Vêm de terras distantes, se hospedam, se acasalam
Crescem e se multiplicam, numa constante mudança
As palavras atravessam gerações e corações
Ganham novas formas nas mãos de quem sabe usá-las.

Muitas palavras são armas, outras expressam o amor
Excitam e também desmancham prazeres
Informam, deformam e até causam estranheza
São ferramentas para dizer o que é sentido
E sabe menos quem pensa que já sabe tudo.

As novas palavras juntam-se às velhas
Umas perdem-se no tempo, em versos não reescritos
Tantas se globalizam, outras permanecem regionais
Viram modas e canções, mudam rumos e pensamentos
Sutis, constroem o passado, o presente e o futuro.

Não sei bem de onde vêm as palavras
Talvez dos anseios e das necessidades
Do espaço que está além da compreensão
Moldadas por um grande arquiteto de tudo
Ou simplesmente do imaginário de alguém.

(26/12/2015)
João dos Reis Filho
Enviado por João dos Reis Filho em 26/12/2015
Reeditado em 26/12/2015
Código do texto: T5491261
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.