MEU ÍNTIMO TENEBROSO

Meus escombros

são terras proibida.

Minha alma não tem acesso

ao corpo perdido.

Entulhos no inferno

de todos os homens.

Não há luz de lamparina

que o vento não apague.

O azeite do meu farol

está ficando podre.

Preciso que uma estrela

caia dentro do pó incendiário.

Quando fui cometa,

as trevas me engoliram.

Passei noites em camas de carne;

eram os meus ossos brasas fumegantes.

Eram estrelas de carne passada.

Quando a sobra do vômito da lua descia,´

éramos os dois asfixiados e sem luz.

Não existe campo minado nos céus,

existem almas perdidas no breu.

Meus escombros são terras perdidas,

jamais conquistadas por seres invisíveis.

Quem um dia habitou comigo,

colocou azeite sobre o pavio.

Morri no crepúsculo, enquanto os urubus

comiam a mesma carne passada a limpo

ao preço de caviar.

...

Pedro Matos

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 27/12/2015
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