MEU ÍNTIMO TENEBROSO
Meus escombros
são terras proibida.
Minha alma não tem acesso
ao corpo perdido.
Entulhos no inferno
de todos os homens.
Não há luz de lamparina
que o vento não apague.
O azeite do meu farol
está ficando podre.
Preciso que uma estrela
caia dentro do pó incendiário.
Quando fui cometa,
as trevas me engoliram.
Passei noites em camas de carne;
eram os meus ossos brasas fumegantes.
Eram estrelas de carne passada.
Quando a sobra do vômito da lua descia,´
éramos os dois asfixiados e sem luz.
Não existe campo minado nos céus,
existem almas perdidas no breu.
Meus escombros são terras perdidas,
jamais conquistadas por seres invisíveis.
Quem um dia habitou comigo,
colocou azeite sobre o pavio.
Morri no crepúsculo, enquanto os urubus
comiam a mesma carne passada a limpo
ao preço de caviar.
...
Pedro Matos