Ressaca fervida

Garçom ponha a quinta marcha no som

Hoje estou fora do tom

E decidido a beber.

Arrume um cantinho bom

Uma mesa com cinzeiro

Aqui será meu paradeiro

Onde passarei o dia.

Não sou exemplo e nem espelho

Pois não venha me dar conselho

Deixe-me nesse canto isolado.

Traga-me um copo de Whisky bem frio

Pois dentro de mim há um vazio

E por fora somente o casco.

Já fiz besteira demais

Isso somado em poucas horas

Achando disso que tanto faz.

Vou beber hoje de novo

Até minar na sola do casco

Vendo no chão grande penhasco.

Terminei com a namorada

Numa recente noite passada

Por isso parei aqui.

Não tenho motivos para sorrir.

E se acaso tombar e cair

Finja que não me conhece.

Já não tenho a mesma postura

Admito muita tontura

Princípio de embriaguez.

Caso alguém me criticar

Quem sabe ficar comovido

Diga que sou desconhecido.

Permita que possa dormir

Não tenho intenção de denegrir

Essa imagem do seu bar.

Pois só guardo paixão no peito

Ela me deixou desse jeito

Quero beber para afogar.

Justa razão por tudo isso

Ela me jurou compromisso

E por outro foi me trocar.

Mas amanhã quando sarar

Dessa ressaca fervida

Vou me livrar de recaídas.

Francisco assis silva é poeta e militar

maninhu
Enviado por maninhu em 02/02/2016
Código do texto: T5531261
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.