Tu Vais Me Destruir.

Por que fizeste isto comigo?

Qual o delito que te cometi?

Pensei que era teu amigo,

Quando nossa amizade comprometi?

Roubaste minha liberdade

Para não dizer meu coração,

Sinto-me novamente em pouca idade

Onde tudo é bela ilusão.

Teus lábios tiraram minha razão

Agora estou em oceano infindo

Afogo-me com esta paixão

Às vezes me pego sorrindo.

Eu que nunca gostei de sexo

Nem sentia falta de beijos,

Hoje padeço desconexo

Me perdendo em mil desejos.

As aclamadas carícias físicas

Sempre soaram tão mecânicas,

Sem vida, sem cor, tísicas,

Preferi atividades messiânicas.

Devolva minha velha amargura

Pois ela posso controlar,

Desconhecia tua ternura

Inevitável não te amar.

Por favor, não me faça isto,

Não sei ver a vida a cores,

De teus encantos, ao máximo resisto,

Mesmo que me inflija algumas dores.

Porque não sei viver sem dissabores,

Sou poeta que não tem a chama

Que faz amar o mundo.

Exerço vários labores

Quando a solidão me chama

Para um pensar profundo.

Mas teu beijo tinha

Uma maciez divina,

Lábios perfeitos em linha

De pele tão fina.

Da lembrança virei escravo,

Me sinto outra vez adolescente.

Mesmo com a Rosa, o Cravo

Tem um ar inconseqüente.

Mas logo eu, que me julgava

Capaz de racionalizar

Inclusive as rimas do amor?

Com um poema rabiscava

Nomeando sentimentos no ar

Explicando até o cheiro da flor.

Me vejo agora incapaz

De controlar esta onda

De emoção tão audaz

Dum amor que não corresponda.

Sempre fui um rapaz

Alheio aos romances, delicadezas,

Acostumado com realidade mordaz,

Corriqueiro sofrer com incertezas.

Ce ciel de passion

Qui déferle dans mes veines

Qui cause ma déraison

Ma chute, ma déveine.

O amor com suas artimanhas

É muito forte, perigoso,

E às vezes parece maldoso

Nos domina pelas entranhas.

Não penso em mais nada,

Todas perderam a graça,

Deixei cair minha espada

Só quero beber em tua taça.

Desconheço minhas futuras atitudes

És culpada por me apaixonar...

Na vida não tive essas virtudes

Nunca aprendi a amar.

Estou bem amedrontado...

Ouço a voz deste medo

De estar apaixonado

E desconhecer qual o segredo.

Olho-me no espelho

E não reconheço a imagem,

Caio de joelho

Mudou minha paisagem.

Caminho pela rua

Não acertando o passo,

Estou perdido, te quero nua

Não importa o que faço.

Meu Deus amado,

Tire este sentimento de mim,

Pois estar apaixonado

É muito ruim.

Dói, machuca, não me faz bem,

Sei que não serei correspondido,

E continua, neste vai e vem,

O que era e o que tem sido.

Hilton Boenos Aires.

29 – Janeiro – 2016.

Caruaru – Pernambuco.

Hilton Boenos Aires
Enviado por Hilton Boenos Aires em 02/02/2016
Código do texto: T5531388
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