Censurado
Quando ouço um galo cantar
Lembro-me daquele tempo glorioso
Que a gente batia papo frente ao lar
Num clima de paz tão gostoso.
Não tinha receio de nada
Das lendas que dizia o avô
De lobisomem das mãos peladas
Desconhecia o medo e pavor.
E aquele terreiro de chão batido
Tinha a mesma cor das encostas do morro
Um céu estrelado e colorido
E amor que blindava o nosso forro.
A água saborosa do pote
Retirada da pequena cacimba
O maior luar como holofote
Uma doce saudade bem vinda.
As noites não eram quentes
O sereno úmido e gelado
Podia até cochilar de repente
Mas tudo isso foi censurado.
O povo dormia de porta aberta
Os cães não davam um latido
Parecia uma casa deserta
Nada agredia os ouvidos.
Mas tudo ficou na história
Conforme a escrita que relata
Tempo valioso de glória
Época de ouro e de prata.
Francisco assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com