2014, fétido em seu contexto.
Sem futuro,
Pra espelho de tal grandeza.
Sem sentido,
Para onde se guiará.
Isso não é mais ódio, isso não é mais imposição
Isso é fato
Entre a dor e o ócio de coisas reais
A realidade com o dedo no gatilho rende até o mais inocente dos coloridos
Perseguindo o passado tão de perto que se sente até o cheiro da perda
Aquele aroma de uma corte excludente onde todo dia a história se faz presente
Assim mais precisamente, os fantasmas dos suplentes vem e lhes tomam suas terras, seus espaços
Sim, essa é a dor do figurante desalmado.
Feito farpa na ferida, que faz doer na cor da pele
A pele preta
Esse é meu parecer
Um parecer sem afeição
Trêmulo por uma arma não disparada
Um parecer tão inútil quanto todo o meu discurso negro nesse ano de 2014
Com dizeres abertos, compostos e tão expostos
Sobre a verdadeira tristeza de notar nas tardes de terças, tudo deveria ter-se enterrado... Aliás, ter-se extirpado á mais de 126 anos atrás