2014, fétido em seu contexto.

Sem futuro,

Pra espelho de tal grandeza.

Sem sentido,

Para onde se guiará.

Isso não é mais ódio, isso não é mais imposição

Isso é fato

Entre a dor e o ócio de coisas reais

A realidade com o dedo no gatilho rende até o mais inocente dos coloridos

Perseguindo o passado tão de perto que se sente até o cheiro da perda

Aquele aroma de uma corte excludente onde todo dia a história se faz presente

Assim mais precisamente, os fantasmas dos suplentes vem e lhes tomam suas terras, seus espaços

Sim, essa é a dor do figurante desalmado.

Feito farpa na ferida, que faz doer na cor da pele

A pele preta

Esse é meu parecer

Um parecer sem afeição

Trêmulo por uma arma não disparada

Um parecer tão inútil quanto todo o meu discurso negro nesse ano de 2014

Com dizeres abertos, compostos e tão expostos

Sobre a verdadeira tristeza de notar nas tardes de terças, tudo deveria ter-se enterrado... Aliás, ter-se extirpado á mais de 126 anos atrás

João PS
Enviado por João PS em 04/02/2016
Reeditado em 03/09/2017
Código do texto: T5532951
Classificação de conteúdo: seguro