Regresso
A última frase na lousa
Deixara um tom de despedida
Terminava o ano letivo
Um dispersar na saída.
Aqueles alaridos dos alunos
Que havia no ano passado
Mora esse silêncio oportuno
Até ser de novo empossado.
Aquelas sobras de giz pelos cantos
E pichações nas carteiras
Algo triste que causa espanto
Dos vândalos em brincadeiras.
O apagador na gaveta
Com a boca cheia de pó
Uma régua uma caneta
Que foram deixados tão só.
Havia um cheiro de solidão
Naquele ambiente fechado
Uma leve poeira no chão
Fenômenos que vivem acordados.
Mas daqui a pouco é só alegria
Dos anônimos intelectuais
Um saber invisível em fatias
Preparando sonhos e ideais.
Numa escolha muito recíproca
De quem ensina também aprende
Não há limite nessa alíquota
Qualquer ser humano se rende.
Francisco assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com