abril

eu sei que é abril

neste quente e seco sertão

de estradas empoeiradas

eu sei que é

porque aqui vivo

e sei também das dores tristezas e alegrias

do meu sangue escorrido

gota a gota

em face dos meus dias

é abril, eu sei

e julgo o tempo,

carasco de todos nós,

no empoeirado dos pensamentos

maviosos

o mestre abril dos mestres enfim

que sol a sol e solidão

é de riso incontido e maravilhado

pois é aqui, neste abril que eu bem sei,

onde faço os meus dias

dias dias de labuta entre os outros tantos dias.

eu sei que é abril

peregrino de mim eu sou de mim mesmo

nos campos que sempre andei

porque nascido de abril de vinte e dois de tempos atrás

eu sei que sou

v e r d a d e

de eu ser que sou dum dia de abril!...

Marco Carneiro
Enviado por Marco Carneiro em 06/07/2007
Código do texto: T553921