Caçador

Era fim de tarde daquele dia

Duma plena segunda feira

Fui planejando a minha ação,

Peguei a lanterna e o cantil

A renomada cartucheira

E um bocado de munição.

Prendi o cantil na cintura

No outro lado o facão

Uma garrafa de pinga pura

Para afastar a solidão.

Deixei a minha tapera

Pois a sede de caçar era tanta

Mergulhei na mata fechada

E logo cheguei ao local exato

Cercado pelos galhos de mato

Subi e sentei-me na espera.

Fazia um silêncio profundo

Acordes mais raro no mundo

Quebrado apenas pelos grilos.

Era só esperar a anta

Para completar meu almoço e a janta

Sem cometer nenhum vacilo.

Mas o tempo foi virando do avesso

Começando a relampejar

Vento e trovão daqueles estalados

Será que persisto ou desço

Indo embora desse lugar.

Quando preparei aquela seva

Bichos começaram a comer

Era mês da primavera

Perfumes florais a reviver.

De repente a chuva desceu

Encharcando o meu chapéu

Isso ganhou a madrugada

Não veio a caça nem nada

Pedro que abriu as torneiras do céu

Deixando minha pólvora molhada.

Desci com todo cuidado

Meio sem graça e desolado

Tomei o restinho do cantil

Para afastar o resfriado

Algo descendente do frio.

Confesso que a cueca virou coador

Hoje era dia da caça

Mas amanha volto de novo

Quem sabe a sorte me abraça

E seja o dia do caçador.

Francisco assis silva é poeta e militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 21/02/2016
Código do texto: T5550187
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