PALAVRAS SOLTAS
Palavras soltas,
no céu da minha boca.
Palavras nada mais.
Se alguém me ouvisse...
mas não. São palavras banais
aos ouvidos de tolos,
palhaços de outros Carnavais.
O próximo já lá vem,
a alegria é geral.
Minhas palavras de nada valem,
pois só pensam nisso
em nada mais.
Carnaval, Carnaval
povo banal, sem discernimento social.
Sem Futuro, sem Passado,
vivem apenas o Agora tão trivial.
Palavras soltas,
ninguém as ouve,
ninguém as quer.
Falo o que bem entender,
mas não adianta,
ninguém quer ver.
Mas não me calo!
Quem sabe qualquer dia,
talvez por pura ironia
em um dia de Carnaval,
vejam finalmente o Grande Mal.
Carnaval,
Carnaval,
pão e circo,
talvez seja isso,
ainda não caíu na real.
NELSON TAVARES