Chaleira de Chico
De longe se via
A chaminé de Chico.
Seus amigos já sabiam
Quando a chaminé de Chico exalava
Um intenso chiado logo haveria chá.
Dentre alguns charmes de Chico,
Cheiro de charuto e de chá.
Ele costumava chamar vizinhos de chinelo
Para tomar chá.
Chico era homem expressivo
Cheio de alegria.
E assim resumia seus fumantes passivos
Pelo seu charuto e o cheiro do seu chá.
Mesmo nos dias de chuva
A chaminé de Chico não cessava.
Até que um dia
Da chaminé de Chico nada saía.
Explico: acharam Chico no chão
Com uma xícara de chá na mão.
Noutra mão encontrava duas chaves
Uma da casa e outra do seu coração.
O charuto ainda aceso
E uma corrente de cinza.
Checaram seus batimentos
Foi aquele chiado,
Acabou o Chico e seu chá
Ficando apenas a chaleira e a chaminé.
Coube ao povo chorar
Ainda ouve a voz de Chico
Chegando de chinelo a chamar
Para tomar chá.
Francisco assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com