Chaleira de Chico

De longe se via

A chaminé de Chico.

Seus amigos já sabiam

Quando a chaminé de Chico exalava

Um intenso chiado logo haveria chá.

Dentre alguns charmes de Chico,

Cheiro de charuto e de chá.

Ele costumava chamar vizinhos de chinelo

Para tomar chá.

Chico era homem expressivo

Cheio de alegria.

E assim resumia seus fumantes passivos

Pelo seu charuto e o cheiro do seu chá.

Mesmo nos dias de chuva

A chaminé de Chico não cessava.

Até que um dia

Da chaminé de Chico nada saía.

Explico: acharam Chico no chão

Com uma xícara de chá na mão.

Noutra mão encontrava duas chaves

Uma da casa e outra do seu coração.

O charuto ainda aceso

E uma corrente de cinza.

Checaram seus batimentos

Foi aquele chiado,

Acabou o Chico e seu chá

Ficando apenas a chaleira e a chaminé.

Coube ao povo chorar

Ainda ouve a voz de Chico

Chegando de chinelo a chamar

Para tomar chá.

Francisco assis silva é poeta e militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 29/02/2016
Código do texto: T5558768
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.