Gata borralheira
Todo vilarejo pequeno
O povo dali se conhece
Tem fofoca como veneno
Capelinha e muitas preces.
Mosquitos em volta da luz
A brincar fazendo ciranda
Promessas no pé da cruz
E cortinas separando a varanda.
Aquele boteco mais visitado
Pelo freguês local
Um caderno para os fiados
Coisa rotineira e normal.
Uma mesa grande de sinuca
Para apostas de cerveja e pinga
No chão copo quebrado e bituca
E um papudo bom de ginga.
Piadas entre os colegas
Para alegrar o ambiente
Parecendo cassino em Las Vegas
Com música sertaneja envolvente.
Mas algo chamava a atenção
Pelo movimento frequente
Descobriram a justa razão
Pela visita daquela gente.
Havia uma gata borralheira
Solteira e muito bela
Elogiada pela vila inteira
E ninguém conquistava a donzela.
Não gostava se quer de sair
E se apossava de timidez
Uma rosa perfeita ao se abrir
De pétala em pétalas de cada vez.
Até que um dia quebrou-se o mimo
Que rodeava aquela moça
Ela namorava seu primo
E a mamãe lhe dava força.
Francisco assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com