Gata borralheira

Todo vilarejo pequeno

O povo dali se conhece

Tem fofoca como veneno

Capelinha e muitas preces.

Mosquitos em volta da luz

A brincar fazendo ciranda

Promessas no pé da cruz

E cortinas separando a varanda.

Aquele boteco mais visitado

Pelo freguês local

Um caderno para os fiados

Coisa rotineira e normal.

Uma mesa grande de sinuca

Para apostas de cerveja e pinga

No chão copo quebrado e bituca

E um papudo bom de ginga.

Piadas entre os colegas

Para alegrar o ambiente

Parecendo cassino em Las Vegas

Com música sertaneja envolvente.

Mas algo chamava a atenção

Pelo movimento frequente

Descobriram a justa razão

Pela visita daquela gente.

Havia uma gata borralheira

Solteira e muito bela

Elogiada pela vila inteira

E ninguém conquistava a donzela.

Não gostava se quer de sair

E se apossava de timidez

Uma rosa perfeita ao se abrir

De pétala em pétalas de cada vez.

Até que um dia quebrou-se o mimo

Que rodeava aquela moça

Ela namorava seu primo

E a mamãe lhe dava força.

Francisco assis silva é poeta e militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 29/02/2016
Código do texto: T5559497
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