Timidez

A insegurança essa barata tonta,

Que acossa e fazemos besteira;

Então, vemos na ventura afronta,

Como se fosse, armadilha rasteira;

E a experiência ainda não conta,

Demanda pelo calor da frigideira;

E adaga solidão com sua ponta,

Riscando a nossa pele trigueira;

À grei dos desenganos reponta,

Sem currais, redis, ou, porteira;

O vinho de nossa tolice intonta,

firmamos pé negando a tonteira;

Pois, a timidez doentia remonta,

Aos dias infantes da vez primeira;

Quando a flor do desejo desponta,

E tapamos ao sol com a peneira;

Oportunidade se desnuda pronta,

E vemos só metade onde é inteira;

pingo encilhado a gente não monta,

olhar se perde contemplando poeira...