Deliro


Deliro quando me perguntas por onde ando,
Quando me confidencias que te faço tanta falta,
Quando me expões o coração pleno de sentimento,
Ao me ver retornar, roto das tantas noites de ribalta
E confessar que farejavas meu cheiro pelos cantos...

Deliro com esta tua forma de sempre me achar,
De me tocar, de me satisfazer, desprovida de receios,
De me sentir, assim, inserido em ti, a cada momento
E maternal me acolher em teu colo, dar-me os seios,
De onde sugo a força vital que me insta a continuar...

Deliro quando deliras com as carícias que te propicio,
Quando deliras com o êxtase de um toque não aguardado,
Quando me retribuis com um sussurro de lamento,
Pelas vezes tantas em que deveria ter-te tocado,
Em que aguardavas por mim como fêmea no cio...

Deliro quando, lânguida, te sinto esmorecer no abraço,
Quando me conduzes para o mais íntimo de tua essência,
Com teu arfar, tua ânsia de me satisfazer, de que tento
Me desvencilhar. Mais uma vez sucumbo a tua urgência
E me entrego ao delírio que só encontro em teus braços...
LHMignone
Enviado por LHMignone em 14/03/2016
Reeditado em 14/03/2016
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