o luar já não passeia
                                     pelos calcários de uma rua
                                     que um dia foi “minha”.

 
Meu é o espelho do luar que espalho
por ruas que por não mais serem minhas,
são-me  incondicionalmente passáveis,
são-me possivelmente claras
quando me torno um espelho invulnerável.
Se de minha opacidade
irradio penumbras à rua,
a textura das pedras é sempre a mesma,
o luar derrama-se alvamente,
por mais que eu esculpa sombras
e elas me sejam verdadeiramente duras
sob a leveza do luar que se faz turvo
na curvatura do que espelho.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 21/03/2016
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