Mutilação Sensorial
Oco
Vago inverso;
Enfio-me no universo
Grávido de sons
Por uma brecha escura de não-ser.
O silêncio deflorado berra!
Urge um disparate mudo,
Encerra em si um sem número de não-limites.
Amputadas as cores, texturas, sons e cheiros,
O tato se dilata,
A pele ganha o espaço sem-tempo
Corrompendo os minutos ávidos de inércia.
Mutiladas as minhas grades,
Minhas correias sensoriais,
Fui inteira...
E o meu vazio engoliu aquela tarde.