Mutilação Sensorial

Oco

Vago inverso;

Enfio-me no universo

Grávido de sons

Por uma brecha escura de não-ser.

O silêncio deflorado berra!

Urge um disparate mudo,

Encerra em si um sem número de não-limites.

Amputadas as cores, texturas, sons e cheiros,

O tato se dilata,

A pele ganha o espaço sem-tempo

Corrompendo os minutos ávidos de inércia.

Mutiladas as minhas grades,

Minhas correias sensoriais,

Fui inteira...

E o meu vazio engoliu aquela tarde.

luana vignon
Enviado por luana vignon em 02/10/2005
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