Cálice de fel!

Não me reconheço nos teus sonhos

Asas da noite que o mar engole,

-como te atreves a sonhar-me?

Gota do nada, silêncio que te falava

Tentações vibrantes da sede incólume

Já mais, escorregarei na "Ínsula divina"

Cálice, me atentas, contra divino amor!

Vai-te de mim, má sorte, regente da noite,

Ladeias melosamente o quintal adormecido,

Dormindo, luar que me mantem enfeitiçado,

Doce perfume, gerbérias desfolhadas…

-Nada podes, absolutamente nada,

Sou entregue, livremente…

Levanta-te Afrodite, condena-me,

Antes entregue aos leões do coliseu,

Que aos prazeres enganosos da tua carne,

Vai-te de mim, sob deusa do Amor,

Nada me aprazes nesta triste saudade!

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 02/04/2016
Código do texto: T5592735
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.