O Cheiro do Ralo

Há uma textura debaixo do ralo

Qual morcego pregado está

A coisa amorfa que lá está

Sou eu que de mim saiu

A sujeira a poeira a nojeira

Saiu do meu corpo e escorre pelo ralo

E permaneço imundo

Não para o mundo

Mas para mim

A sujeira que não vejo e não sumiu

Está em mim

Não suja a água, só a mim

Ninguém sente ou desconfia

Esta sujeira não tem cheiro

O cheiro está no ralo

É ele quem me denuncia