poema impedido

Saliva trocada sem beijo,

corredor polonês pra votação

por suas famílias e com deus

contra os votos da eleição.

Com deus contra o demo,

por deus contra a demo, vamos orar,

por deus contra democracia,

oremos, eles contra o voto popular.

Marcha familiar de adeus ao voto,

pedaladas em cima da lei:

uma punição sem crime:

escolha indireta de um rei.

Deputado sem brilho

Lustra crimes absurdos,

Torturando a história

pra eleitores surdos,

pra pessoas sem memória.

Não era pra lavar tudo?

Agora é “vamos parar em breve”.

A jato limparam só sangue, vermelho,

a ferida aberta e podre segue -

sem notícia interna que a revele.

A justiça nega, adia,

discrimina e muda: 

muda, quando devia falar;

e muda sua interpretação

sem história a zelar.

Ontem, caía a tarde

como um viaduto.

Pedaladas – ciclovia - quedas:

hoje estamos de luto.