SÓ COM MINHA SOLIDÃO

De que me adianta

As manhãs lascivas

Se não vejo viva,

Fronte minha olhada

A inquietude do teu

Bem viver.

De que me vale

Estar sem ser

Dono de minh’alma,

Sede de meus sonhos,

“Claraluz” do existir.

Tantas bravas

Tantos córregos

Transpõe de meu ébrio corpo

Um escaldar permanente

De uma dor intransigente

Quão bom seria

Brisa, noite, lua

Cor, beleza,

Desta carne tua

Que não a consumo

Nem nua, nem crua,

Aqui,

Só com minha solidão.