Apenas há...

Há horas em que apenas morremos

Não há em nós nada, nem dia, nem noite

Um coração cheio de vazio perpétuo.

Não há visão do teu corpo,

Que me altere este cego destino.

Pálido rosto sem vida, sem sangue,

Que desague em noite claras,

Deixou transparecer este semblante

Triste, enfadonhamente branco

Saiba que mesmo que tente,

Não há em mim nenhuma outra forma,

De renascer nas rosas espalhadas pelo leito.

Desprezo-me na ambiguidade do que sou

Em que me entendes, nas pedras espalhadas

Escorregadias do leito da vida,

Não me suportam, mas incitam-me á queda

Ao abismo de mim próprio...

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 03/05/2016
Código do texto: T5624265
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