Des

nessa sua luta constante

que rebate aí dentro

e bate lá fora

e escorre aqui, agora

lhe atingindo de um canhão

entre tantos canhões espalhados no planeta

desperdiçando o tempo

deixando a enchente levar

enquanto todos adormeciam

e o som da televisão não mais se manifestava

e o estalar da dor de cabeça se fazia presente sozinho

punha para tocar a música que mais acalma

e inquieta (com) a poesia

sentia em sua face a luz que invadia as frestas da janela

visualizando a si e ao passado que hoje foi bom

o passado tão presente onde a mesma música a fazia sorrir

e chora de emoção por lembrar

que aí dentro ainda existe