Tua frigidez...

Hoje me sinto na inércia das horas e dos dias.

Neste instante descompassado de angustias

Vejo meus sonhos despencarem no abismo

Sem fim destes momentos atordoados e frios

Percebo, as minhas esperanças destroçadas

Num ritual de uma sequência delirante, inerte .

Como se ardesse uma fogueira incontrolável

Arrastando as cinzas frias para um calabouço.

Ouço ainda berros e gritos fanáticos, perdidos.

Nas decadências que se espreme o amaldiçoado

Em delírios implorando por clemências ativada

Que rodopiam no hall vazio, sem o calor da alma.

Nesta agonia que agoniza, nestes meandros meu.

Crepitam ainda em torno de candelabros éticos

Conflagrando em caldeirões borbulhantes, ainda.

Tuas lembranças, tuas saudades e a tua frigidez...