manifesto




Não sou carne nem couro
para ser triturado
esticado
e exposto ao sol
curtido no varal.

Sou de carne e de pele
osso duro de roer
alma e corpo leves.

Não sou relógio que se dê corda
ou troca-se a bateria
não sou celular ou liquidificador
muito menos espremedor
ou laranja que se chupa e joga fora o bagaço.

Em resumo
não sou eletrodoméstico
objeto de uso pessoal ou coletivo
ou qualquer coisa imposta...
cago e ando para sua lei
não sou ração.



Este poema está em meu livro Todos os Dias são Úteis - 2009 - Esgotado

A Moça do Violoncelo-Estrelas é o meu mais recente lançamento. Aos interessados, façam contato. Antecipo agradecimentos.