Enfim... até sem sorrir!
[Enfim 4]
O tempo escorre, suave,
quando se trata
de nos darmos conta
de lhe sermos a margem.
Como a vida,
inventa novas formas
de nos tocar,
quase inocuamente;
de desencadear em nós
emoções em que retemos
o muito e o pouco,
desfrutamos
o dentro e o fora,
sonhamos
até sem sorrir.
Há uma luta heróica
mesmo só para se avançar
pela fímbria desconexa-incoerente
da consciência.
Temos, algures
as provas de contacto
de todas as cicatrizes.
...Algures por aí
a um canto da nossa memória
de anjos sombrios;
Ao menos, não há hemorragia
nem gangrena,
como também não há fuga
para onde se arraste
uma vontade relutante.
______________________LuMe