Sem Excesso de Bagagem

Às vezes enfrento o desconhecido,

Abro mão da muleta e dispenso o medo,

Tem dias que me recolho,

Coloco meus caquinhos no bolso e aguento firme,

São fragmentos de uma vida,

Vida essa como outra qualquer,

Cheia de encontros e partidas,

Coisas mal resolvidas,

O que difere um pouco é uma bagagem adquirida ao longo da estrada,

Isso não impede de prosseguir, apenas dificulta a caminhada,

Guardo a sete chaves, ninguém imagina como é carregar esse pesinho,

De vez em quando mexo um pouquinho, observo, troco o curativo,

Até arrisco levar para passear,

Quando a dor insiste em retornar cantarolo uma canção de ninar,

Só para aquietar os fantasmas, depois torno a guardar com cuidado,

Ainda não está pronto para encarar o mundo,

O tempo tem sido gentil, ajudado,

Com esforço e auxílio o pesar diminuiu,

Mas ainda resta alguns resquícios,

Tem dias que me protejo, outros precipito,

Há vezes que me envolvo com um tecido tão leve e começo a dançar lá no alto,

Erguendo meu corpo sobre o parapeito,

Arriscando tudo, provocando o medo,

Não importa se é um jeito ou outro,

Confiante ou um pouco arredio,

Nunca deixo de entregar o bem mais precioso: meu coração.

Franciliane Alves
Enviado por Franciliane Alves em 23/06/2016
Reeditado em 30/06/2016
Código do texto: T5676519
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