Neblina

Neblina é o que cobre a rua nos dias de chuva,

O que embaça a vista no meio da pista.

Encantadora ou assombrosa,

Majestosa fumaça intimidadora.

Há quem lhe observa a procura de pistas da estrada,

A procura de um caminho, uma escada que só sobe,

A caminho e em busca de algo intocável e que some,

A busca do improvável.

Neblina é aquilo que cobre o campo de frio e orvalho

E desponta nas manhãs de abril e de maio.

Nas noites nas beiras dos rios,

Embaçando a vista de toda a gente

Que tenta agarrar-lhe com brincadeiras.

Coitados... Não podem tocar-lhe, só vê-la passar,

Como se fosse o tempo.

Neblina é o que a gente atravessa como se fosse invisível,

É o que a gente tem medo como se fosse o incrível,

Que torna o conhecido desconhecido

E o previsível imprevisível.

Neblina é a fumaça em forma consistente,

Em forma insistente que paira sob o ar e me tira a visão,

Enche-me de curiosidade e acalenta meu coração.

Só quem viu a neblina nas manhãs de frio intenso

Cercando as serras e os morros,

É que sabe que não há nada de tenso,

Só há beleza e um mistério natural,

Tanto quanto trivial,

Que faz brilharem meus olhos

Como quem vê a neve pela primeira vez.

Que sutileza é essa, meu Deus?

Tão maravilhosa quanto Ele que a fez.

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Poesia ganhadora do 1º lugar da categoria poesia escrita de 15 a 17 anos do Festival Nacional de Arte e Poesia (Fenapo) 2015.

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Anna Julia Dannala
Enviado por Anna Julia Dannala em 26/06/2016
Código do texto: T5679365
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