Jamira
Após a triste morte de Jamira,
Suspeito que nada mais seja igual:
Passional, irrestrito; Forte de dar dor no peito.
Com todo respeito, a morte enlaça nós.
Jamira é o que parte de dentro,
Todo mundo sente e não sabe explicar.
Dizem que Jamira é vida – ou razão dela –
Mas não acredito.
Falo e repito;
Após a triste morte de Jamira...
Além do mais, Jamira faz sofrer,
Ficar confuso, chorar, tremer...
Jamira se indefine como seu nome, como o querer,
E não se explica, não diz porquê.
Jamira coexiste em dois locais,
Ou mais.
Vive no mundo – ou deveria viver –
É porque é, sem se submeter.
É de homem e de mulher.
Jamira nem outono amortece.
Sobrevive, resiste e aquece.
Ninguém entende,
Nem pretende ir além;
De Jamira não se sabe extensão;
Tentar seria ilusão.
Alguns não acreditam
Porque é metafísica,
E o que não se comprova
Não se dá valia.
Na confusão lúdica da vida,
Onde nada se sabe
Nem se acredita;
Nasce essência de Jamira.