Piedade
Piedade de quem nasce como
Fruto do veneno sendo anjo,
Símbolo da paz nesse lar,
Nessas quatro paredes manchadas
Por sangue do coração e lágrimas de dor
Da alma por não ter escolha,
Por não ter como fazer suas próprias escolhas
Para não deixar que o vento o fizesse repreender-se
Pelo calor sufocante,
Ou pelo frio intenso que tão capaz é
De congelar ossos e artérias quando se reside em avenidas
Sendo refém de suas próprias atitudes,
Sendo terroristas de suas próprias escolhas,
Sem deixar temer pelo que te espera no segundo em que respira
Ou no dia seguinte ao que dá mais um passo rumo à
Perda da infância.