Romanceando a Morte

Vivo um romance com a desavença

bebo e me atrevo, descrevo a taça

Num ligeiro inferno sinto na doença

que me descrevo e atrevo ser caça.

Conto trinta e três gotas de veneno

a equiparar as vértebras consumidas

Minha tetraplegia me tornou pequeno

nos meus desejos de morte assumidas.

Porque o querer dum manto diáfano

se a morte não é um crime profano?

Silêncio é a resposta para a lucidez.

Ninguém quer se sentir mais coerente

pois a sinceridade faz-se impertinente

Sonsidade, a resposta a sua sensatez.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 30/06/2016
Código do texto: T5683807
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